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"Estado tem 12.545 DTs. Por quê só existem 1.178 vagas no concurso?", questiona Majeski



O Deputado Sergio Majeski (PSDB), na sessão ordinária desta quarta-feira (02), questionou no plenário da Casa o porquê de a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) fazer um concurso público oferecendo apenas 1.178 vagas para professores, quando na verdade o Estado tem no seu quadro 12.545 professores em Designação Temporária, também chamados de DTs.

“Eu já denunciei aqui e já cobrei do secretário Haroldo Rocha, como é que o Estado tem 12.545 DTs e por quê o concurso anunciado pela Sedu tem esse número de vagas tão reduzido? Seria elementar o Estado fazer um esforço para que a maioria dos seus professores fossem efetivos, e esse concurso deveria ter pelo menos quatro ou cinco mil vagas. Porque como eu disse, são 12.545 DTS existentes no Estado. A conta não pode ser esta”, questiona o deputado.


Ofício encaminhado por Sergio Majeski questionando o Governo

Amor pela profissão

Sergio Majeski aproveitou o momento de sua fala para responder a afirmação da presidente da Comissão de Educação, a deputada Luzia Toledo (PMDB), que na sessão anterior (01) havia dito que “para ser professor era preciso antes de mais nada tem amor pela profissão”.

Majeski rebateu afirmando que antigamente era muito comum as pessoas dizerem que o magistério era um sacerdócio e que era preciso exercer a profissão com amor.

“Permita-me discordar da deputada Luzia Toledo. Mas, em qualquer profissão, não é o amor a parte mais importante. Para ser médico, engenheiro, arquiteto, assim como ser professor, é preciso ter afinidade com aquilo que você vai fazer. O fundamental para ser um bom professor é ter uma boa formação, uma boa qualificação profissional, desenvolver habilidades e competências, ter uma excelente estrutura de trabalho e ser muito bem remunerado. Isso faz da maioria das pessoas bons profissionais. Isso é o que é fundamental", disse.

"Dizer que ‘professor não é profissão é sacerdócio’ é ridículo, porque hoje nem mesmo os padres e pastores que, teoricamente, atendem a um chamado Divino, vivem sem um salário digno. E hoje, o profissional de Educação não tem”, completou o parlamentar.

Sergio Majeski falou novamente sobre o concurso que a Sedu vai realizar cujo edital deve ser lançado ainda neste semestre. Ele mais uma vez fez referência à fala de Luzia Toledo, quando ela havia citado o exemplo do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), parabenizando pelo primeiro lugar no Enem.

Qualificação dos professores

O deputado completou o raciocínio dizendo que o IFES mostra o que é preciso para ser destaque e obter sucesso.

“Eu visitei o campus do IFES do município de Serra, e o que vi por lá foi uma estrutura invejável, laboratórios bem equipados, salas de aula climatizadas, entre outros quesitos de infraestrutura. Lá os professores da Rede Federal são estimulados o tempo inteiro a fazer mestrado, a fazer doutorado, são estimulados a ter uma formação continuada", disse.

Majeski lembrou ainda da emenda ao Plano Estadual de Educação, de sua autoria, para que o Governo estimule os professores, através de licença remunerada, a fazer mestrado e doutorado. "O governo do Estado proibiu a licença remunerada para os professores completarem a pós graduação. Como se espera que esses profissionais se qualifiquem se eles não podem sequer sair da sala de aula para estudar? Diferente dos Institutos Federais, que dá esse incentivo, o governo do Estado está prejudicando os professores”, frisou o deputado.

Em seu discurso, o parlamentar disse ainda que se houver infraestrutura nas escolas, condição de acesso e permanência dos alunos, qualificação e remuneração adequada para os professores, a Educação vai evoluir muito. Destacou ainda, o fato do IFES ter ficado em primeiro lugar do Enem em todo o país. Para ele, isso deveria ser o norteador para o governo estadual entender o que é preciso fazer para que todos tenham acesso a uma Educação de qualidade.

"Se as nossas escolas tivessem pelo menos 50% da estrutura dos IFES a situação seria outra. O professor da Rede Federal além de ser melhor remunerado do que o professor do Estado, recebe incentivo para continuar a titulação, e ainda tem a expectativa de melhorar a sua carreira. Qual a expectativa que o professor do Estado tem de melhoria? Ele não tem expectativa nem de ter aumento salarial este ano. O professor recebe um salário de menos de dois mil reais, e ainda não tem a expectativa de que no ano que vem possa sair da sala de aula e fazer um mestrado ou um doutorado com licença remunerada. Não existe esta possibilidade”, afirmou.

Cobrança

O deputado mais uma vez falou das visitas que tem feito às escolas do Estado e cobrou uma resposta para a falta de infraestrutura que tem encontrado na maioria das unidades de ensino. Majeski disse que, apesar de ser bem recebido pela maioria dos diretores das escolas, ele observa nas conversas que tem com os profissionais que muitos têm medo de falar o que pensam e vivenciam.

“Os professores e diretores estão sendo sistematicamente ameaçados pela Sedu e pelas Superintendências. Os professores têm medo de denunciar o que acontece dentro da escola, os diretores têm medo de falar. Não há vigias, não há segurança, falta infraestrutura, boa formação, formação continuada para os professores, bons salários, enfim, o governo do Estado não precisaria ter ido a Pernambuco pegar um projeto para implantar aqui. Bastava ele observar como o professor da Rede Federal tem sido tratado, bastava seguir o exemplo, dar estímulo à classe do magistério que o resultado acontece. O IFES é um bom exemplo do que é trabalho digno, não há segredos nisso”, finalizou o deputado Sergio Majeski.

Assessoria de Comunicação Izabel Mendonça

Fotografia Divulgação


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