O secretário de Estado da Educação, Haroldo Rocha, juntamente a alguns deputados estaduais, alunos, pedagogos e servidores, participaram de debate nesta terça-feira (31/03) sobre o Projeto Escola Viva (ensino em tempo integral), aposto ao Projeto de Lei Complementar (PLC) 4/2015, que está em tramitação na Assembleia Legislativa (Ales).
A diretora pedagógica do Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação (ICE), Thereza Barreto, explicou como será a implantação do programa, e falou sobre o que considera o “sucesso” da iniciativa em outros estados onde já foi implantada. Conforme explicou Thereza Barreto, o ICE é uma ONG financiada por instituições privadas, principalmente pela Fundação Itaú Social, ligada ao Banco Itaú, que desenvolve modelos de escolas em tempo integral em vários estados levando em consideração a realidade política, social e econômica de cada unidade da Federação.
Perguntas sem respostas
Entre as muitas questões levantadas pelo deputado Sergio Majeski, destacamos: Carga horária dos professores e questões trabalhistas relacionadas à dedicação em tempo integral desses profissionais, atendimento aos alunos provenientes de famílias desestruturadas ou que vivem em áreas de risco, critérios para a seleção dos alunos, alcance do projeto, entre outras. Acompanharam suas dúvidas os também deputados Nunes (PT) e Padre Honório (PT).
Majeski questionou se o Escola Viva não seria, na verdade, uma réplica do sistema das escolas Charter, desenvolvido em Nova Iorque a partir dos anos 90. No embalo da questão levantada por Majeski, o presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, deputado Nunes (PT), perguntou ao secretário de Educação, Haroldo Rocha, se o Escola Viva não seria uma etapa preparatória para a tentativa de privatizar o ensino público num futuro próximo.
Como era de se esperar, o líder do governo, deputado Gildevan Fernandes (PV), e os colegas Marcos Bruno (PRTB) e Eliana Dadalto (PTC), demonstraram confiança no sucesso do Escola Viva. Em resumo, disseram que é preciso tentar inovar, pois o atual modelo de ensino na rede estadual tem demonstrado resultados aquém do esperado.
A presidente da Comissão de Educação, deputada Luzia Toledo (PMDB), afirmou que o Escola Viva é um projeto audacioso, que vem ao encontro da sociedade. “Estamos realmente acreditando que vem para melhorar a qualidade do ensino, tanto que o governador, no planejamento estratégico, colocou a educação no primeiro lugar”.
Secretário afirma que fará debate com a classe escolar
Haroldo Rocha afirmou que o modelo Escola Viva que o Governo quer implantar no ES não é uma réplica das escolas Charter norte-americanas. “No nosso caso, o Estado continua responsável pelos investimentos na infraestrutura e contratação de profissionais de ensino”, garantiu. Haroldo informou que as discussões com a sociedade sobre o Escola Viva continuam nas próximas semanas. A ideia é de vários segmentos nas discussões, pois esse projeto não é apenas do Governo, mas de todos os capixabas”.
Haroldo explicou, que não vai existir seleção de alunos na escola pública. Quanto à contratação de professores para o Escola Viva, o secretário disse que serão selecionados efetivos que já atuam na Secretaria de Estado da Educação.
Sergio Majeski sugeriu que fossem feitas audiências públicas nos municípios, e que a comunidade escolar fosse realmente ouvida e convocada para o debate. O deputado ainda informou que estava aguardando a resposta de um documento que foi enviado à Sedu no dia 20 de fevereiro, onde requeria informações relacionadas ao Projeto Escola Viva, como objetivo, meta, investimento total, investimento anual, fonte de recursos, metodologia, escopo, área de atuação, abrangência e cronograma de implantação, e que até aquele dia estava sem resposta.
Assessoria de Comunicação Flavio Santos Izabel Mendonça Leo Júnior
Fotografia: Sedu
Tag's: